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Entrevista Fernando Machado – Alquimia Pessoal

Conversamos com o criador da Alquimia Pessoal, o escritor, palestrante e terapeuta Fernando Machado no espaço Naturo Barigui em Curitiba minutos antes da “Roda de Conversa”, um dos eventos realizados pela organizadora de cursos holísticos Silvia Werner.

Ele nos conta um pouco sobre a sua história de vida, sobre a criação do método de cura Alquimia Pessoal, sobre os seus livros e o processo de canalização, sobre os seus atendimentos e as diversas curas realizadas. Falou também sobre os seus cursos, onde apresenta práticas para elevar a freqüência vibratória, ampliando assim a qualidade de vida e o bem-estar.

No final, Fernando deixa ainda uma mensagem mais do que especial, que é resultado do seu aprendizado através de experiências de vida que o levaram à harmonia com a própria essência e ao encontro com o seu propósito.

Confiram!

 

COSMOPOLITAS: O que é a Alquimia Pessoal?

FERNANDO MACHADO: A alquimia é um processo de transformação. A palavra “alquimia” nos remete a idade média e ela tem o significado literal de transformação. Nesta proposta de Alquimia Pessoal, o trabalho se propõe a exatamente isso, possibilitar uma transformação na vida das pessoas como um todo, na vida pessoal, profissional, financeira, física, nos seus relacionamentos… Inclusive a gente fala em Alquimia Pessoal na possibilidade – e isso é real, é uma potencialidade dos novos tempos – de processos de rejuvenescimento, rejuvenescimento físico. Existem hoje pessoas – e a gente acessa essas informações – que tem o seu processo de envelhecimento interrompido e até regredido. Isso é possível, isso é um processo de transformação, assim como a gente transforma alimentos crus em uma refeição maravilhosa, em uma comida apetitosa em um processo alquímico, a gente consegue fazer várias coisas com a nossa vida também através da alquimia, quando a gente tem a consciência desses processos, dessas ferramentas e lógico, se utiliza delas.

 

COSMOPOLITAS: Como foi o processo de criação da Alquimia Pessoal e quais os principais benefícios da aplicação?

FERNANDO MACHADO: A criação da Alquimia pessoal veio através de um processo doloroso meu. No ano de 2011, 2012, eu passei por um processo muito difícil de vida, eu trabalhava no ramo esportivo, corporativo, em clubes de futebol, e estava passando por uma fase de tamanho estresse que cheguei a ter todas as coisas que a gente escuta bastante hoje, depressão, síndrome do pânico, todas estas coisas que a gente vê hoje e que são tão comuns de acontecer. Naqueles dois anos, como eu tenho muitos amigos da área médica, me sugeriram “Vai tomar remédio, procura uma especialista, vai diminuir essa tua dor”, porque a minha dor era imensa, emocional, que chegou a afetar o físico, emagreci muito, enfim, depressão profunda durante dois anos. E eu como já era um estudioso de todas essas questões e sabia que estava passando por um processo de transformação, no meu íntimo eu sabia daquilo, eu neguei ir para o tratamento convencional, eu quis segurar no peito e pensei “Não, eu vou levar isso até o fim”. E durante esses dois anos ferramentas foram vindo, foram aparecendo, foram se apresentando, terapeutas, livros, cursos, métodos diversos e foi o período em que eu consegui me auto-curar, consegui fazer todas essas ferramentas que eu passo hoje no curso, nos atendimentos individuais e nas palestras. Foram coisas que eu utilizei comigo e que foram pouco a pouco me trazendo de volta, provocando o processo de cura, de transformação em mim mesmo. A alquimia surgiu daí, surgiu de uma dor minha, pessoal, intensa, profunda, e que eu tive que sair dela de qualquer jeito e hoje eu utilizo o que eu utilizei pra mim, para outras pessoas. O formato de atendimento da Alquimia Pessoal veio canalizado, ele é uma junção de várias ferramentas, entre elas o Reiki, a Apometria, a Cristalometria e a Cura Reconectiva. Eu tive formação em todas essas áreas, e a junção delas formou a Alquimia Pessoal, que é um trabalho em que a gente acessa uma determinada freqüência, uma freqüência completamente sábia, soberana, que sabe o que faz, aonde faz, como atua, de que forma, e essa freqüência atua no campo eletromagnético da pessoa. Esse campo eletromagnético, a ciência hoje já atesta que ele traz informação, desde que a alma é alma, desde que a gente vive sob diversas formas. Nós somos um sistema eletromagnético que traz informação e essas informações determinam resultados. Os resultados que você tem hoje na sua vida física, de relacionamentos, pessoal, ou financeira, profissional, social, espiritual, emocional, é fruto de informações que você traz no seu campo. Então, se alguma área da tua vida não te contenta, se não está feliz com alguma coisa, simplesmente significa que ali tem uma informação que está gerando esse resultado. É muito comum a gente ver comportamentos padronizados, repetitivos, por exemplo, eu recebo muitas pessoas em relacionamentos que dizem “Ah os meus relacionamentos terminam sempre do mesmo jeito, eles começam bem, aí vai até o quinto ou sexto mês, e no sétimo mês acaba de forma inexplicável”, isso é um padrão repetitivo. Significa que ali tem uma informação que precisa ser exterminada. Se essa informação não for transmutada, liberada do teu campo, o padrão segue se repetindo ininterruptamente. Então o processo de atendimento com a Alquimia Pessoal visa isso, atacar a causa que gera esses determinados resultados, o que sempre é uma informação.

 

COSMOPOLITAS: Como funciona o atendimento com relação à duração e o procedimento?

FERNANDO MACHADO: A duração de cada sessão é de uma hora. Eu levo aproximadamente de dez à quinze minutos trocando uma idéia com a pessoa, querendo saber um pouquinho mais dela e o que levou ela a procurar o atendimento. Em seguida tem a aplicação da freqüência, daquela freqüência que eu citei lá atrás, que dura de trinta a trinta e cinco minutos, dependendo do caso. No final, tem mais uns cinco minutos de fechamento, onde vejo o que a pessoa sentiu na maca, quais foram às sensações que ela teve, às vezes vem algumas sensações para mim também e eu preciso compartilhar com ela. Então a duração da sessão é uma hora, tem conversa e tem maca. O período de reaplicação e para repetição do processo, não tem um período que seja exato, mas eu costumo sugerir para as pessoas algo em torno de um mês, dois meses, entre uma sessão e outra. É um período, bom, razoável, em que ela consegue sedimentar, assimilar o que foi trabalhado na sessão anterior para aplicar uma próxima. Às vezes as pessoas me perguntam, eu fico três a quatro dias em uma cidade, se podem fazer três dias seguidos e eu digo que pode e tiveram pessoas que já fizeram, já fiz bastante isso e tem resultados maravilhosos. Mas intuitivamente eu prefiro quando a pessoa tem esse tempo para ela mesma, para ela fazer uma sessão, sentir como foi o processo dela, o que acontece entre uma sessão e outra, para na segunda, um mês ou dois meses depois a gente ter uma troca, ela fala “Olha aconteceu isso, aconteceu aquilo, me sinto mais assim, menos assim”, e aí eu dou continuidade no trabalho já também com as informações que ela me traz da sessão anterior. Se for de um dia para o outro também tem isso, ela já traz sensações e coisas que aconteceram nessas vinte e quatro horas, mas é menos, porque o período é muito curto, mas pode ser feito.

 

COSMOPOLITAS: Poderia citar alguns relatos que você recebe sobre as sensações que as pessoas costumam ter após os atendimentos?

FERNANDO MACHADO: A mais recorrente é “Nossa, parece que eu tirei uma corrente em volta de mim”, “Parece que eu tirei um monte de cordas, eu estava amarrado, eu estava preso e de repente essas correntes foram abertas e eu me sinto livre, me sinto leve, parece que tiraram um caminhão de peso das minhas costas”. Essa é a mais recorrente. E fora essas, tem as que falam mais das coisas emocionais, “Nossa eu estou muito menos ansiosa, estou dormindo melhor, estou me relacionando melhor com as pessoas, aquilo que me incomodava muito antes da sessão continua acontecendo mas simplesmente não me incomoda mais”, mais clareza mental “Nossa eu tinha muita dúvida do que eu ia fazer no meu relacionamento, agora tudo ficou muito claro, depois dessa sessão”. Coisas assim eu escuto bastante e também tem os feedbacks que eu recebo com relação à vida prática mesmo, material, “Nossa, eu estava há oito meses esperando alguma coisa no trabalho, na profissão e dois dias depois aconteceu”, ou “Nossa, o meu relacionamento estava enrolado e desenrolou”. Já teve cura de câncer, de dependência química, de um caso em que o rapaz era dependente há dez anos, já tinha feito inúmeros procedimentos e de repente com três sessões ele não teve mais recaídas. Enfim, doenças, dores crônicas tudo isso eu já ouvi. No início para mim tudo era novo e eu me espantava com as coisas e hoje em dia pra mim isso é bem normal, porque eu já escutei bastante coisa, mas as mais comuns e mais normais de ouvir são essas questões emocionais que destravam e a gente fica mais fortalecido, mais aceso para a vida.

 

COSMOPOLITAS: São necessárias sessões de manutenção em determinados intervalos?

FERNANDO MACHADO: A gente sugere três sessões. Não que seja obrigatório fazer três sessões, mas cada sessão trabalha coisas específicas. A gente sugere intuitivamente três sessões. Com os cinco anos que eu estou trabalhando com esse método, com a Alquimia Pessoal, eu percebo que tem um porquê disso, é como se tivesse um início, meio e fim. É como se em uma primeira sessão, a gente abrisse uma gavetinha e começasse a tirar coisas dessa gaveta, na segunda sessão a gente organiza a gaveta e na terceira sessão a gente fecha a gaveta. E aí a pessoa está preparada para esse novo passo na vida dela. Mas não é uma regra, porque eu já vi muitas coisas acontecerem em uma sessão, muitas coisas acontecerem depois da segunda sessão, mas eu vejo que quando as pessoas fazem três vezes existe um início, um desenvolvimento e um fim, a coisa fica mais conectada, faz mais sentido.

 

COSMOPOLITAS: O que é abordado no curso de Alquimia Pessoal?

FERNANDO MACHADO: O curso é um dia inteiro de vivências e dentro dessas vivências eu passo exatamente essas possibilidades, essas ferramentas que vão nos fornecer esse potencial para modificar a nossa vida na prática, na vida como um todo, na vida física, mental, emocional, espiritual, financeira, relacionamentos, processo de beleza, enfim, o ser humano visto em uma totalidade e a vida dele como um todo. Então durante esse curso, eu passo ferramentas práticas, muitas delas teóricas também, mas aplicadas quase sempre como uma vivência, que vão nos possibilitar, para aqueles dias, como por exemplo: “Nossa, hoje eu estou tão desanimado, aflito, não estou mais com fé na vida, não sei mais o que eu vim fazer no mundo, não sei se eu fico nesse relacionamento ou não, ou não sei que passo eu dou agora, estou completamente perdido, perdida”, processos que a gente passa, ou processo de medo e de angústia muito forte, que às vezes a gente leva dias, meses, anos até pra curar, e se a gente tiver conhecimento e consciência de algumas ferramentas a gente pode, o que na linguagem terapêutica se fala transmutar, a gente pode fazer isso em um dia, uma hora, um momento, usando a ferramenta certa para um contexto certo e para a ocasião correta. Então durante esse dia, eu fico passando essas dicas, essas ferramentas, que algumas delas eu acredito que as pessoas conheçam, mas acredito também que elas utilizem bem pouco, porque é difícil ver pessoas que utilizam dessas ferramentas que eu passo, e outras que são desconhecidas, completamente desconhecidas da grande maioria das pessoas, e eu disponibilizo durante o curso.

 

COSMOPOLITAS: Você poderia falar um pouco sobre os seus dois livros, “Reflexões (In) Sensatas” e “As 13 Lições de Nija”?

FERNANDO MACHADO: No primeiro livro, que eu lancei em 2010, “Reflexões (IN) Sensatas”, na época do pré- caos, aquele caos que eu tive na minha vida lá em 2011 e 2012, eu estava em um período de questionar tudo, porque eu estava em um trabalho que eu não queria mais estar, eu estava em um relacionamento de oito anos que já tinha acabado o ciclo, mas a gente ainda continuava tentando fazer a coisa acontecer, toda a minha vida passou por um grande questionamento e eu questionava muito na época o sistema, a política, a educação e eu escrevi esse livro como uma forma de desabafo até. Coloquei no papel todas as minhas questões e indagações que eu tinha na época com relação à tudo, à religião, à economia, relacionamentos, à trabalho, dinheiro, libertação, então é um livro de pensamentos, cada capítulo eu dedico para uma área.

E “As 13 Lições de Nija” que foi lançado ano passado, em 2017, já foi diferente. Eu costumo falar que é um romance cósmico e foi canalizado por uma mentora que é a Nija, que é um ser que me acompanha, é um dos, e ela ditou esse romance que fala da história do Gabriel. O Gabriel é o protagonista do livro, ele recebe a visita de um ser em uma madrugada de lua nova às 03:33 da manhã e é a Nija que aparece pra ele. Ela pega o Gabriel e leva para uma estação planetária para ensinar uma lição pra ele e fala que durante treze luas novas esse processo vai se repetir, e assim acontece. Cada lua nova ela vem, aparece para o Gabriel e leva ele para um planeta, uma estação planetária, para uma estrela, para o mundo intraterreno para ensinar uma nova lição. À cada lição, elas são mais complexas e ele está mais preparado para receber lições mais complexas e permanecer mais tempo em orbes de 5ª e 6ª dimensão, e assim vai se desenrolando o romance. Também aparecem momentos da vida dele aqui na Terra, como que está e o caos que ele está passando. Às vezes as pessoas perguntam: “E tu é o Gabriel, então?”. Não e sim. Tem muita coisa que eu passei que é muito parecida com o que acontece com o Gabriel, mas a história do Gabriel é diferente, tem uma narrativa diferente, tem um processo diferente, mas ali eu me identifico em alguns pontos, eu acho que a Nija quis me mostrar muito do que aconteceu comigo lá atrás através do Gabriel. Mas não somos a mesma pessoa, eu não consigo me identificar totalmente ali.

 

COSMOPOLITAS: Os livros foram canalizados? Você poderia falar um pouco sobre o processo de canalização?

FERNANDO MACHADO: O livro “Reflexões (In) Sensatas” talvez tenha sido, mas de forma inconsciente. As 13 Lições de Nija foi uma canalização consciente, todo o processo foi consciente. Aproveitando para falar sobre o processo de canalização, as pessoas tem muita mistificação com relação à isso, acham que tem que necessariamente se materializar um ser de luz do teu lado e tem que ver e ouvir o que ele está falando. Na verdade nós estamos canalizando o tempo todo, quando tu tens uma idéia “Eu vou fazer uma viagem”, “Vou pintar um quadro”, “Eu vou desenhar”, “Vou fazer uma mandala”, “Eu vou escrever um livro”, “Estou sentindo vontade de ligar para uma amiga para dar um toque pra ela, estou vendo que ela está precisando desse toque”, você está canalizando algo. Esse algo pode ser uma mensagem de um mestre, de um guia, de um mentor, pode ser simplesmente uma energia que esteja te envolvendo, e você capta a informação que essa energia tem para te passar e você segue a orientação que essa energia tem pra te dar. E também lembrando, a canalização pode ser no sentido luz e pode ser no sentido sombra também. O que determina isso é o canal que a gente está ligado, onde o nosso botão da sintonia está, se estamos constantemente acessando informações de medo, de angústia, de carência, de falta, de raiva, culpa, julgamento, a gente entra em um freqüência onde a gente capta informações de seres ou de energias que são dessa vibração. Então, às vezes a gente acha “Vou ajudar uma amiga com relação à situação que ela esta passando”, mas se você está em uma situação de baixa freqüência, porque está se conectando à informações de baixa freqüência, você vai canalizar informação de sombra pra ela. Então ao invés de estar prestando um serviço, você esta prestando um desserviço pra ela, acreditando que está ajudando. Então o processo de canalização acontece o tempo inteiro, nós sempre estamos canalizando algo, uma energia, uma informação, ou pode ser também nesse formato de um mentor, um guia, um ser de luz que está nos orientando de alguma forma. Então não é privilégio de um, dois, ou meia dúzia de seres humanos na Terra. Ele é um processo que acontece para todos os seres do planeta, só que a grande maioria deles passa por esse processo de uma forma completamente inconsciente e alguns tem consciência disso, e o fato de a gente ter consciência disso faz com que a gente aprimore esse canal, essa capacidade de canalizar informações.

 

COSMOPOLITAS: No caso do livro “As 13 Lições de Nija”, como começou o processo de canalização? Você sentiu uma vontade de escrever e imaginou que iria escrever um livro?

FERNANDO MACHADO: “As 13 Lições de Nija” foi bem engraçado. Eu comecei a sentir uma vontade enorme de escrever, aí eu sentava, colocava o notebook no meu colo e não saía nada. Aí eu me forçava, na quarta feira à tarde vou ficar em casa pra escrever, aí sentava, trazia uma garrafa de café e colocava o notebook no colo, e não saía nada. E eu fiz esse processo umas quatro ou cinco vezes e não saía nada e eu falei “Tá, a hora que for pra ser vai ser”. Aí uma bela noite eu estava dormindo e fui literalmente chacoalhado, fisicamente, eu estava dormindo sozinho e senti um chacoalhão físico no meu ombro. Eu até olhei para o lado assustado, me dei conta de que eu estava sozinho e junto com o chacoalhão veio “Vai escrever”, aí eu peguei o notebook, coloquei no colo e dali saiu o primeiro capítulo de “As 13 Lições de Nija” inteiro, inteiro, do início até o fim. Aí a gente ainda está aprendendo a lidar com esse tal de ego, e quando eu acabei de escrever esse capítulo um, eu voltei lá pro início e pensei em consertar e ver onde preciso mexer nisso. Aí eu vi que não precisava mexer em absolutamente nada, que estava pronto, a não ser lógico, por questões ortográficas por que um erro meu, eu ia ter que mandar para revisão e tal, mas com relação à história e conteúdo não tinha o que mudar porque estava perfeito. Na verdade eu lia o que eu tinha acabado de escrever e ficava admirado com o que estava escrito ali. Para mim foi a prova maior de que não era eu, eu estava sendo inspirado a escrever aquela história, a reproduzir aquela história. E assim aconteceram treze vezes. O livro foi escrito em treze sentadas, e quase todas, com exceção de uma ou duas, que não foi de madrugada. Às vezes davam dois meses entre uma lição e outra, eu escrevi o livro em um ano e meio. Então as vezes passava um mês, dois meses depois eu sentia de novo e nunca era tão forte como o primeiro chacoalhão, os outros foram mais suaves, mas era bem nítido que eu tinha que levantar e escrever.  Eu sentava e já sabia que vinha, e aí vinha a lição inteirinha do início até o fim. Não foi um livro escrito de forma fragmentada, que eu ia pensando, como foi o outro, que durante a semana eu tinha uma idéia e anotava no papelzinho, não, foi um livro que senta e escreve, é isso, o teu trabalho é esse, é só mensageiro mesmo.

 

COSMOPOLITAS: De que forma você vê as dificuldades que surgem na vida e a relação com o próprio desenvolvimento humano?

FERNANDO MACHADO: Que complicado que está isso hoje! O mundo caminhou para uma loucura generalizada, isso tem total relação com o momento planetário, cósmico que a gente está vivendo, que é essa tal de Nova Era, mas também tem relação com as escolhas. Lógico que isso está mudando nos últimos anos, quem está atento a estes movimentos cósmicos e de transição planetária está percebendo que as coisas estão mudando. Mas até pouco tempo atrás a gente não estava aberto para isso, a gente caminhou totalmente pro lado do materialismo, do ter coisas, ter status, ter poder, ter fama, ter dinheiro, como se isso fosse uma garantia de algo, de felicidade, de paz. E as pessoas correm atrás disso o máximo que elas podem, até que elas conseguem e percebem que o vazio continua, que o vazio não foi preenchido. E aquela que não consegue às vezes permanece a vida inteira perseguindo isso, até que a pessoa se dá conta que ela precisa se voltar para dentro e começar a preencher as lacunas, os espaços vazios que tem dentro do peito. Quando a gente não começa a preencher com conhecimento, com busca espiritual, com energia, com amor, com coisas imateriais, a gente busca preencher esse vazio com bolsas, sapatos, com compras, com carro, com dinheiro, com jogo, com bebida, com sexo, com qualquer coisa, qualquer tralha, qualquer coisa que dê uma falsa sensação de preenchimento, que é sempre falsa. Porque no dia seguinte tu vais lá e tá se sentindo angustiada, muita gente faz esse mecanismo inconsciente, muita gente não, a população inteira que não está desperta para esse lado espiritual faz dessa forma. Quando está angustiada, talvez a comida seja uma das formas mais utilizadas para preencher esse espaço, come, come, e tem uma falsa sensação de preenchimento naquele momento, ela se sente anestesiada daquela dor, mas no outro dia sente de novo, aí ela vai lá e come, come, ou é bolsa ou é sapato, ou é jogo, ou é droga, ou é bebida, cigarro… O espaço vazio não pode permanecer vazio, ele precisa ser preenchido com alguma coisa, então quando a pessoa não está desperta, não está atenta na sua caminhada, não procura preencher esse vazio com coisas substanciais, verdadeiras, ela preenche com qualquer porcaria que aparece na frente, com relacionamentos desastrosos, sai de um vai para outro. E um é pior do que o outro, porque ela não dá tempo de olhar para dentro dela e saber o que ela precisa preencher ali dentro, aí ela procura alguém para que aquela pessoa preencha esse vazio, e isso dá certo por um, dois, três meses, um ano, e depois o vazio volta maior.

Então, o que eu acho que acontece no processo do desenvolvimento humano é a busca pelo lado errado, a busca pelo lado de fora, não pelo lado de dentro. E quando as pessoas começam a procurar preencher esses vazios, essas lacunas pelo lado de dentro, de dentro pra fora, e eu não estou falando que é um processo fácil, é um processo que dependendo da pessoa pode ser doloroso, pode ser menos doloroso, pode ser mais rápido, mais lento, mas é a única maneira que realmente funciona. Então se a pessoa começa a entrar nesse processo de preenchimento pelo lado de dentro, de dentro pra fora, através de cursos, de livros, de terapias, de conversas edificantes, de filmes, enfim, de tudo aquilo o que edifique, que preenche de forma verdadeira esse espaço, aos poucos ela vai ver que ela começa a se sentir cada vez mais confiante, cada vez mais empoderada, cada vez menos dependente de coisas materiais. E aí acontece uma coisa muito legal, porque a gente não persegue mais o material e o material vem naturalmente, ele é conseqüência de um preenchimento interno, e isso se torna muito natural, muito fluídico, não precisa mais se arrastar atrás de dinheiro, e se matar atrás de dinheiro como a gente faz quando está inconsciente. O dinheiro você atrai quando está se sentindo pleno, preenchido, abundante de vida, de amor, de alegria e de paz. Isso se reverte na sua vida prática em forma de abundância, em forma de plenitude, em forma de material também, de suprimento material, de dinheiro, de uma vida tranqüila, abundante, rica, que é isso que a gente veio fazer aqui, a gente não veio aqui para passar por perrengues. É aquela questão de que o que está dentro reflete fora, e não dá para a gente inverter o processo, e quando inverte dá errado, até entender que precisa voltar pro processo correto, para começar a mudar o jogo, virar o jogo.

 

COSMOPOLITAS: Qual mensagem você deixaria para as pessoas?

FERNANDO MACHADO: Justamente essa, pare de correr atrás do rabo, de andar em círculos, pare de achar que você vai conseguir se preencher, se tornar uma pessoa plena, livre e feliz procurando coisas de fora. Se ainda não está nesse processo de busca de si mesmo, consciente, faça! Nós estamos no período mais propício para isso. Nós estamos no processo de transição planetária, Nova Era, Era de Aquário, e tudo o que a gente foca ganha força, ganha potência. Então pare de buscar no externo, gira esse botão e começa a trabalhar as questões internas, porque é a única forma, antes que a dor faça por você. Se a gente não faz por livre e espontânea vontade, vai chegar o momento em que é imperativo desenvolver, ir para outro estágio de vida, e se a gente não faz isso por livre e espontânea vontade, por amor, vem a dor para causar esse crescimento. E é isso que a gente vê acontecer. Para a grande maioria das pessoas, isso vem em forma de separação, de doença, de quebra da empresa, de brigar com o melhor amigo, de acidente, vem das mais diversas formas possíveis, para que a pessoa pare e olhe pra dentro de si. Tem gente que não para de jeito nenhum, aí a vida dá um jeito de colocar essa pessoa trinta dias no hospital, ou dá uma depressão, para que ela pare. Se não vai parar por bem, então vai ter que parar por mal, porque agora chegou a hora de você crescer, não tem mais escapatória. Quer ir pela alegria, pelo amor, ou quer ir pelo sofrimento? Então, faça isso! Eu deixo esse recado para quem não está ainda consciente desse processo ou está fugindo dele. Faça, encare, não estou aqui para dizer que é a coisa mais fácil do mundo porque não é. Dependendo de pessoa para pessoa ele pode ser até doloroso, mas não existe outra forma. Você pode adiar ele por um tempo, mas em algum momento ele vai chegar e a gente precisa estar preparado pra ele, e é muito melhor que seja pela alegria, e pode ser pela alegria, não precisa ser pelo sofrimento.